terça-feira, 4 de agosto de 2009

Um discreto mistério

Por Bruno e Gustavo.

Após uma pequena fase de crise criativa e também devido à falta de tempo (mais por falta de saco mesmo) voltamos a escrever no blog.

Todos nós sabemos que existe na face da Terra uma grande diversidade de seres vivos dos mais variados tipos: plantas, animais, vírus, bactérias e de repente alguma forma de vida que ainda não conhecemos. Dentre toda essa forma de vida a mais conspícua e numerosa é a dos artrópodes. Porém, os artrópodes não se limitam somente àqueles que conhecemos como os miriápodes [sínfilos, paurópodos, diplopodas (gongolos) e quilópodos (lacraias)], crustáceos, aracnídeos, insetos e outros mais. Eles integram o grupo dos artrópodes propriamente dito, mas este grupo está contido em um outro maior, chamado Panarthropoda. Além dos bichos habituais, este grupo também inclui em sua lista os Onycoforos e Tardigrados.

Certamente poucos já ouviram falar nesses animais a não ser aqueles que fazem biologia e resistem acordados às aulas de zoologia. Hoje trataremos sobre os incríveis tardígrados e quem sabe em um próximo post, falamos um pouco dos onicóforos.

Sim, eles são incríveis e vocês entenderão o porquê. Para quem não conhece, o tartígrado, também chamado de urso d’água, é um bicho microscópico que mede entre 0,05 e 1,2 mm de tamanho e possui grande variedade de cores nas suas mais de 1000 espécies descritas atualmente, como as cores branca, laranja, vermelha, amarela, verde, preta entre outras. A descoberta de sua improvável resistência ocorreu há alguns anos atrás.

Em uma expedição encontrou-se uma tumba com uma múmia em seu interior. Descuidadosamente, os pesquisadores deixaram a tumba destampada numa noite em que caiu uma torrencial chuva. No precário lugar havia uma goteira localizada logo à cima da inafortunada múmia. Resultado, seu sarcófago ficou inundado. Posteriormente, analisando o que sobrou da pobre múmia, observou-se que um pequeno animal mexia-se sobre uns pequenos musgos que se formaram dentro da tumba. Estudando-se o material descobriu-se que o bicho era um tardígrado. Mesmo depois de mais de 3.000 anos embalsamado junto com o faraó, o bicho, após entrar em contato com a água “reviveu”.

Apesar de gerar grande espanto isso é facilmente explicado pela Biologia. Os tardígrados são capazes de realizar dois tipos de dormência: a quiescência e a diapausa - que é a capacidade de reduzir seu metabolismo a quase zero quando submetidos a condições desfavoráveis voltando à vida quando em contato com água.

Após essa incrível descoberta, os pesquisadores ficaram entusiasmados com a resistência desses pequenos animais e os submeteram a alguns testes, entre eles:

- total vácuo (nada aconteceu)

- temperaturas próximas à 150ºC (um calorzinho à toa)

- baixas temperaturas como -273ºC (um friozinho nas pernas)

- gravidade zero (não sentiu nada)

- raios x (um brozeamento artificial)

- espaço sideral, sem gravidade, sem oxigênio e exposto a baixíssimas temperatura (nem é com ele)

Devido a essa incrível resistência não é surpreendente encontrar tardígrados no fundo do oceano (em locais tão profundos quanto 4km a baixo da superfície) e nas mais altas montanhas (com cerca de 6km de altura) sendo o único requisito necessário a presença de água.

Após essa pequena introdução ao mundo dos tardígrados, viemos propor a enquete ao lado questionando a possível origem desse pequeno mas resistente, estranho mas simpático, bonito porém feio animal.

3 comentários:

Luis Marcanth disse...

bolei! isso eh verdade mesmo ou é caô? parece parada de filme! irado o blog, rondonzinho! abraço

Devaneios Biológicos disse...

Parece ficção mas é verdade!

Se quiser pode conferir aqui mais algumas informações:

http://www.tardigrada.net/home.htm

abraços

Unknown disse...

Caraca, meninos, mandaram mt bem no texto! Amei o Blog, de verdade!
Nos vemos nas aulas de Biologia Molecular!
Beijos,

Carol

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